México para a América Latina: a importância da educação
na continuidade da igreja.
As curvas da estrada de Chenalhó conhecem bem a poeira
dos desplazados. É um rastro de
tristeza, saudade e, às vezes, indignação que marca o caminho para longe de
casa.
A história dos desplazados
se confunde com a história desta região, localizada no estado de Chiapas, sul
do México. Ela é habitada, em sua maioria, por indígena, que se organizam em
pequenas comunidades localizadas em áreas de cultivo ao redor de cidades como
Chenalhó. A vida da comunidade gira em torno da cultura tribal e das normas
religiosas (que incluem, muitas vezes, opiniões políticas). Os indivíduos que
se opõem à cultura ou às normas são forçados a deixar sua casa e suas coisas a
fim de preservar sua vida. São estes os desplazados:
Em português, pessoas “deslocadas”, pessoas sem lugar
.
Um novo grupo desce essa estrada, já trilhada por tantos
outros nos últimos quarenta anos. Ele se dirige à comunidade Puebla, da qual
foi expulso a um mês. Alguns vem a pé, trazendo flores brancas em sinal de paz.
Outros são carregados em automóveis brancos: trata-se de Juan, sua esposa
grávida e três crianças do casal.
Juan ainda lembra a surra que sofreu por ter contrariado
o conselho da comunidade. Ele considerava uma injustiça a decisão do conselho
contra os católicos de Puebla, proibindo-os de reformar sua igreja. Os
conselheiros, afinal de contas, não haviam sofrido a mesma coisa na infância?
Sim, Juan e os membros do conselho – assim como a maioria de Puebla – são
evangélicos e lembram-se bem de como era ser uma minoria religiosa na década de
1990. A cultura na qual nasceram afirmava que “a religião evangélica contradiz
a religião do povo! ” Não era permitido se converter. Não haviam eles, bem como
seus pais, percorrido a rota dos desplezados
anos antes? E por que agora resolveram impor o mesmo fardo a outros?
A poucos metros de Puebla, a caravana de Juan encontra um
grupo de jovens, bloqueando o caminho. Alguns eram colegas de infância de Juan;
outros são filhos de seus amigos.
Eles impedem a entrada dos desplezados na cidade e caçoam deles. Manda-nos voltar. Os três
filhos de Juan – Alberto, Axel e Yesenia – acompanham tudo, assim como eles
jovens acompanharam confrontos semelhantes em sua infância.
O que pode evitar que estas três crianças repitam a mesma
história daqui a vinte anos?[1]
Que Deus abencoe ricamente a sua vida e invista sua vida em fazer missões.
Pr. Dinei Morais
Igreja Ágape de Atibaia
[1] Texto extraído da Revista “Portas Abertas” - Ano 33 - nr. 06 , página 05, Junho, 2015 - Jornalista responsável: Vera Haddad - MTB 21.961