31/05/2014
16h53 - Atualizado em 31/05/2014 17h46
Sudanesa condenada à morte
por se tornar cristã será libertada da prisão
Mulher de 27 anos deve ser solta nos próximos dias.
Meriam Yahia Ibrahim Ishag chegou a dar à luz menina ainda na cadeia.
Meriam
Ishag foi considerada culpada de 'apostasia e adultério'
A
sudanesa cristã de 27 anos condenada à morte por se converter ao cristianismo
será libertada nos próximos dias, anunciou neste sábado (31) fontes das
Relações Exteriores.
Meriam
Yahia Ibrahim Ishag foi condenada à morte em 15 de maio em virtude da lei
islâmica vigente no Sudão desde 1983, que proíbe as conversões
religiosas.
"A
mulher será libertada nos próximos dias, segundo os procedimentos legais que
serão aplicados pelo poder judicial e o ministério da Justiça", declarou
Abddullah Al Azraq, um subsecretário da chancelaria sudanesa, contatado por
telefone em Londres, sem dar maiores explicações.
Também
não se sabe se as acusações serão arquivadas.
Poucas
horas antes, o primeiro-ministro britânico David Cameron havia falado com o
governo sudanês que anulasse a pena de morte.
Em 19 de
maio, o governo britânico convocou o encarregado de negócios sudanês em função
dessa condenação.
Na última
terça-feira (27), a sudanesa deu à luz um bebê na prisão. "Deu à
luz uma menina", declarou à época o diplomata referindo-se a Meriam, filha
de um muçulmano e condenada em meados de maio.
Condenação
A condenação à morte da jovem por um tribunal de Cartum no dia 15 de maio
provocou uma onda de indignação. Segundo os militantes de direitos humanos, a
jovem permanece detida na prisão para mulheres de Ondurman com seu primeiro
filho de 20 meses.
"Demos
três dias para abjurar de sua fé, mas você insistiu em não voltar ao Islã.
Condeno-a à pena de morte na forca", declarou o juiz Abbas Mohamed
al-Khalifa, dirigindo-se à mulher pelo sobrenome de seu pai, de confissão
muçulmana.
Antes do
veredicto, um chefe religioso muçulmano tentou convencê-la a voltar ao Islã,
mas a mulher disse ao juiz: "Sou cristã e nunca cometi apostasia".
Meriam
Yahia Ibrahim Ishag (seu nome cristão) também foi condenada a cem chibatadas
por adultério.
Segundo a
Anistia Internacional, Ishag foi criada no cristianismo ortodoxo, a religião de
sua mãe, já que seu pai, muçulmano, esteve ausente durante sua infância.
Posteriormente, a jovem se casou com um cristão do Sudão do Sul.
Segundo a
interpretação sudanesa da sharia (lei islâmica), uma muçulmana não pode se
casar com um não muçulmano.
Se a pena
fosse aplicada, ela seria a primeira pessoa punida por apostasia em virtude do
código penal de 1991, segundo o grupo de defesa da liberdade religiosa
Christian Solidarity Worldwide.
Link da reportagem:
Vamos continuar orando.
Pr. Dinei Morais