sexta-feira, 29 de maio de 2015

Educação que Transforma

México para a América Latina: a importância da educação na continuidade da igreja.

As curvas da estrada de Chenalhó conhecem bem a poeira dos desplazados. É um rastro de tristeza, saudade e, às vezes, indignação que marca o caminho para longe de casa.

A história dos desplazados se confunde com a história desta região, localizada no estado de Chiapas, sul do México. Ela é habitada, em sua maioria, por indígena, que se organizam em pequenas comunidades localizadas em áreas de cultivo ao redor de cidades como Chenalhó. A vida da comunidade gira em torno da cultura tribal e das normas religiosas (que incluem, muitas vezes, opiniões políticas). Os indivíduos que se opõem à cultura ou às normas são forçados a deixar sua casa e suas coisas a fim de preservar sua vida. São estes os desplazados: Em português, pessoas “deslocadas”, pessoas sem lugar
.
Um novo grupo desce essa estrada, já trilhada por tantos outros nos últimos quarenta anos. Ele se dirige à comunidade Puebla, da qual foi expulso a um mês. Alguns vem a pé, trazendo flores brancas em sinal de paz. Outros são carregados em automóveis brancos: trata-se de Juan, sua esposa grávida e três crianças do casal.

Juan ainda lembra a surra que sofreu por ter contrariado o conselho da comunidade. Ele considerava uma injustiça a decisão do conselho contra os católicos de Puebla, proibindo-os de reformar sua igreja. Os conselheiros, afinal de contas, não haviam sofrido a mesma coisa na infância? Sim, Juan e os membros do conselho – assim como a maioria de Puebla – são evangélicos e lembram-se bem de como era ser uma minoria religiosa na década de 1990. A cultura na qual nasceram afirmava que “a religião evangélica contradiz a religião do povo! ” Não era permitido se converter. Não haviam eles, bem como seus pais, percorrido a rota dos desplezados anos antes? E por que agora resolveram impor o mesmo fardo a outros?

A poucos metros de Puebla, a caravana de Juan encontra um grupo de jovens, bloqueando o caminho. Alguns eram colegas de infância de Juan; outros são filhos de seus amigos.

Eles impedem a entrada dos desplezados na cidade e caçoam deles. Manda-nos voltar. Os três filhos de Juan – Alberto, Axel e Yesenia – acompanham tudo, assim como eles jovens acompanharam confrontos semelhantes em sua infância.

O que pode evitar que estas três crianças repitam a mesma história daqui a vinte anos?[1]

Que Deus abencoe ricamente a sua vida e invista sua vida em fazer missões.

                  Pr. Dinei Morais
                  Igreja Ágape de Atibaia



[1] Texto extraído da Revista “Portas Abertas” - Ano 33 - nr. 06 , página 05, Junho, 2015 - Jornalista responsável: Vera Haddad - MTB 21.961

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